Biossensor que Detecta Bactérias em Alimentos e Bebidas

Biossensor que detecta bactérias em alimentos e bebidas

Em primeiro lugar, a intoxicação alimentar é um problema maior do que parece. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos 10% da população do planeta contrai algum tipo de doença transmitida por alimentos contaminados. A saber, estas vão desde infecções gastrointestinais até meningite. Como resultado cerca de 350 mil pessoas morrem, todos os anos, em decorrência disso. Destaca-se as bactérias como as principais responsáveis pelo problema, a exemplo da Salmonella spp., Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Portanto, o novo biossensor, que usa molécula retirada do ferrão de abelhas, se mostra uma alternativa mais rápida e barata do que os métodos tradicionais. Para começar, iremos te explicar neste texto como surgiu e como funciona esse novo dispositivo.

Mais precisamente, a nova tecnologia foi criada por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da USP em parceria com a Embrapa e UFSCar. De acordo com um comparativo, os métodos tradicionais exigem a análise de todo o volume de alimento ou bebida, durando de 24 e 72 horas. Da mesma maneira o biossensor detecta bactérias em uma amostra muito pequena e apresenta os resultados entre 10 e 25 minutos depois.

Como funciona?

É de salientar que o biossensor é feito de filme com eletrodos de prata. e partículas magnéticas nanométricas (bilionésima parte do metro). Além do mais esses eletrodos são um material condutor de eletricidade que auxilia no funcionamento da tecnologia. Em seguida, essas partículas são recobertas com melitina, um peptídeo, extraído do ferrão de abelhas, com o propósito de interagir especificamente com bactérias.

Quando é introduzido em uma amostra, as nanopartículas magnéticas do biossensor recobertas com a melitina atraem e por consequência capturam as bactérias. Ou seja, ao empregar um ímã os microrganismos ficam concentrados nas nanopartículas, afim de serem depois depositadas nos eletrodos de prata. Por conseguinte, a interação entre as bactérias e as nanopartículas magnéticas recobertas com melitina depositadas nos eletrodos gera um sinal elétrico. Como resultado, a intensidade do sinal permite quantificar a colônia e identificar que tipos de microrganismos estão presentes na amostra analisada.

E as vantagens?

Logo, temos como vantagem do biossensor o menor tempo requerido para a análise, haja vista que são eliminadas as etapas de cultivo e crescimento das bactérias. Ademais, a outra vantagem é o possível baixo custo de cada análise, dado que os eletrodos são muito baratos (cerca de R$ 0,30 cada).

Inclusive, os procedimentos podem ser de baixo custo quando a metodologia for usada em grande escala. Além disso, outro benefício é a simplicidade na realização das medidas de detecção, mesmo para pequenas concentrações de bactérias.  Por essa razão, a metodologia pode ser feita por não especialistas em análises.

Onde aplicar?

Em função disso, o novo biossensor poderá ser utilizado no controle de qualidade em grandes superfícies de supermercados, restaurantes, indústrias de alimentos e bebidas. A metodologia utilizada é simples: na análise de uma amostra de refrigerante, por exemplo, basta introduzir, em uma parte do líquido, as nanopartículas magnéticas. E a medida que estas estão impregnadas com o peptídeo melitina, com ajuda de um imã, atrairão para o fundo do recipiente as bactérias existentes.

Na sequência, ao retirar-se o líquido que fica por cima, as bactérias pré-concentradas nas nanopartículas do biossensor serão depositadas no eletrodo de prata. Logo depois, essas serão analisadas para quantificar a colônia. Entretanto, no caso de alimentos sólidos, uma pequena amostra triturada, homogeneizada e filtrada bastará para fazer o mesmo procedimento.

Ainda, o biossensor criado em São Carlos está em fase de estudos para outras aplicações. Possivelmente, com algumas adaptações, será possível usá-lo para detectar diferentes tipos de contaminação em ambientes hospitalares, tal qual enfermarias e salas de cirurgia. Da mesma forma também poderá ser usado em instrumentos e equipamentos utilizados nesses ambientes, bem como em pacientes com feridas, queimaduras e escaras.

Dessa maneira, diante de todos esses fatos agora você já está por dentro do assunto. Gostou de saber mais sobre essa novidade na área de alimentos? Então para mais notícias como essa fique ligado em nosso Blog, talvez você se interesse por conteúdos semelhantes a esse assim como: Contaminação Cruzada: Você está Disposto a Pagar o Prejuízo?Contaminação de Bebidas na Indústria de Alimentos

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