PANC: Conheça um Estilo de Alimentação Funcional

PANC: Conheça um Estilo de Alimentação Funcional

O termo PANC foi criado em 2008 pelo biólogo Valdely Kinupp, ao se referir a plantas alimentícias não convencionais. Em outras palavras, são plantas ou partes de plantas que podem crescer sem ser cultivadas em áreas rudimentares e sem preparo. Além disso, costumam ser confundidas com ervas daninhas ou até plantas invasoras. Porém, de forma contrária ao que se pensa, as PANC representam uma alternativa para o enriquecimento da alimentação de forma barata e assertiva.

O termo ”Alimentício” quer dizer que são plantas usadas na alimentação, como verduras, hortaliças, frutas, castanhas, cereais e até mesmo condimentos e corantes naturais. O termo ”Não Convencional” significa que não são produzidas ou comercializadas em grande escala.

Qual sua historia?

Há cerca de dez/vinte anos essas plantas eram comumente consumidas, porém com a urbanização e afastamento da natureza o contato com esses alimentos dissipou-se. Ao mesmo tempo tornando-os possível sinônimo de perigo, e fazendo com que o paladar da nova geração se tornasse restrito a certos sabores.

Com a crescente onda de saudabilidade no ramo alimentício, observa-se uma nova era onde os consumidores estão aderindo a métodos e receitas diversas com a finalidade de obter uma alimentação funcional e com propriedades nutracêuticas. Ademais, oferecendo boa dose de fitoquímicos, compostos bioativos e antioxidantes. Com isso, a volta das PANC ganhou força acompanhando a tendência da Dieta Plant Based, baseada no consumo de alimentos orgânicos e mais naturais.

Qualidades:

Além de nutritivas, essas plantas são facilmente encontradas, adaptáveis ao plantio em diversos solos e apresentam tendência ao crescimento espontâneo, pois possuem grande variabilidade genética. Nesse sentido, proporcionam resistência a diferentes temperaturas e condições ambientais adversas, dado que, não se torna necessário o uso de agrotóxicos e adubos químicos para que as plantas consigam se desenvolver. Dessa forma, torna o contato com insetos e outros agentes contaminantes menos recorrentes e contribui com a natureza.

Mas, por que as PANC voltaram com tanta força nos últimos anos?

Nesse momento em que a alimentação saudável está ganhando mais força em meio aos consumidores, as plantas não convencionais também entraram em destaque e estão sendo cada vez mais inseridas no dia a dia dos brasileiros.

Se utilizada de forma responsável, as PANC podem auxiliar na complementação da dieta de muitas famílias, oferecendo densidade nutricional, além de estimular a agricultura familiar de pequenos produtores e o uso sustentável da terra. Bem como, costuma ser incentivada por muitos médicos para tratamento de doenças, visto que, várias delas possuem propriedades medicinais valiosas, e podem ser muito úteis no tratamento de doenças e mal-estares comuns. Desse modo, aos poucos tem entrado na dieta dos consumidores e levando diversidade e qualidade para alimentação, inclusive de alguns restaurantes.

Todas as PANC utilizadas na alimentação são bem conhecidas quimicamente, o que garante segurança na sua ingestão. Sendo assim, é fundamental não ingerir nenhuma planta que não se conheça, a fim de evitar processos alérgicos e intoxicações graves. Pensando nisso a CETA Jr. separou uma breve listagem com as plantas alimentícias mais conhecidas e comuns para consumo.

Exemplos de PANC:

  • Peixinho – Seu nome cientifico é Stachys Byzantina, é originária da Turquia, do Sudoeste da Ásia e do Cáucaso, recebe esse nome pois possui um sabor muito parecido com peixe. Além de ser usada para decoração e culinária, é grande aliada na medicina popular por conta de seus benefícios, visto que, o mesmo ajuda a aliviar tosses, alergias e outras irritações da área da garganta e da faringe.
  • Serralha- Recebe nome Científico de Sonchus Oleraceus, e é encontrada em quase todo o mundo. Possui fins medicinais por desintoxicar o fígado e combater dores no estômago;
  • Ora-pro-nobis – Seu nome cientifico é Pereskia Aculeata e é originária do continente americano. Há uma revisão de estudos que confirma sua riqueza nutricional. “A espécie oferece minerais como manganês, magnésio, ferro, cálcio, além de vitamina C e fibras”, enumera a pesquisadora Larissa Wainstein Silva, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina;
  • Bertalha – Seu nome cientifico é Basella Alba L., e é originária da Índia, na medicina popular a bertalha é usada para tratar processos inflamatórios, doenças hepáticas e problemas oculares;
  • Hibisco – Recebe nome cientifico de Hibiscus, e sua origem é a África tropical. Seu chá é muito conhecido por ajudar na perda de calorias, além disso, ele também diminui a pressão arterial, controla o colesterol e evita a retenção de líquidos;
  • Picão Branco – Planta originária da América do Sul e seu nome cientifico é Galinsoga Parviflora, é conhecido por ter ação cicatrizante e anti-inflamatória;
  • Taioba – Nativa de Minas Gerais, essa planta é uma das mais famosas da família. Todas as partes da Taioba podem ser consumidas, mas não cruas, é preciso cozinhar, refogar ou fritar para eliminar os ráfides de oxalato de cálcio que são como micro-agulhas presentes na planta.

Curiosidades:

Além das plantas apresentadas acima, o livro do biólogo Valdely Kinupp cita 351 espécies de PANC que podem ser utilizadas na alimentação com grande facilidade e podem ser inseridas em saladas, sucos e assados. Apesar disso, podem ser ingeridas refogadas, mas é importante se atentar que nem todas podem ser consumidas da mesma forma. Há aquelas cuja forma de ingestão depende do prato que se deseja preparar, outras devem ser obrigatoriamente cozidas para evitar substancias tóxicas.

No Brasil existem cerca de 10 mil espécies de plantas com potencial alimentício, contudo utilizamos em nossa alimentação apenas parte dessas. Esse fato evidencia a redução da regionalidade alimentar, motivada dentre outros fatores pela padronização dos hábitos alimentares impostos. Logo, pelo ritmo agitado de vida preferimos consumir, muitas vezes, “alimentos” pré-prontos e fast food do que dedicar tempo a uma alimentação mais saudável.

Portanto, observa-se a importância em organizar algum tempo para melhorar os hábitos alimentícios, a fim de obter dietas inteligentes. No texto sobre Clean Label: Nova Tendência Nutricional se encontra outra forma de auxiliar na saúde e bem estar, através dos alimentos consumidos. Saiba mais sobre esses e outros assuntos relacionados ao setor de alimentos e bebidas em nosso blog e redes sociais ou entre em contato com um de nossos analistas!

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