O café descafeinado surgiu no século XIX, por acidente e é um produto que retrata a preocupação com a saúde x vida corrida. Quem nunca precisou tomar um café para começar o dia ou para que conseguisse terminar suas tarefas?
A cafeína, estimulante presente no café tradicional, é uma grande aliada no dia a dia das pessoas mas também pode ser considerada vilã quando em excesso, causando desde insônia e irritabilidade até sintomas físicos mais sérios, neste contexto, o descafeinado ganha cada vez mais o mercado para a alegria dos amantes de café.
Para ser considerado descafeinado, segundo a RDC nº 277 da Anvisa, o valor máximo permitido de cafeína, deve ser de 0,1% (g/100g), e caso seja um descafeinado solúvel, o valor máximo poderá chegar até 0,3 (g/100g), logo seu processo produtivo inclui uma etapa principal: a retirada da cafeína ou descafeinação.
O processo de descafeinação segue as seguintes etapas, que são comuns a todos os métodos:
- Aumento de volume dos grãos de café verde, possibilitado por água ou vapor, essa etapa auxilia na disponibilização da cafeína para extração;
- Extração da cafeína dos grãos;
- Remoção de todos os resíduos de solventes dos grãos ou regeneração dos adsorventes, que foram utilizados na etapa de extração da cafeína;
- Secagem dos grãos de café descafeinado, que recuperam seu teor normal de umidade.
Vale ressaltar, que a escolha do método a ser utilizado se refere apenas à forma como será feita a extração de cafeína dos grãos. Os métodos mais comumente utilizados são quatro:
- Método hídrico: baseia-se na imersão em água, para que a cafeína seja dissolvida e removida. Pode causar significativa perda nos compostos de aroma e sabor, logo necessita de estratégias especifica para garantia de qualidade do produto final.
- Método do acetato de etila: Neste processo de descafeinação, uma mistura de água e acetato de etila é usada. No recipiente utilizado para a extração, o acetato circula em volta dos grãos embebidos em água, afim de extrair a cafeína. Deixa-se então escorrer do recipiente a mistura de água, acetato de etila e cafeína. Esta fase é repetida várias vezes, até que o teor residual de cafeína tenha alcançado o valor desejado.
- Método do dióxido de carbono supercrítico e método do dióxido de carbono líquido: Em condições controladas, o CO₂ permite uma extração seletiva da cafeína, mantendo a maior parte dos demais componentes do grão inalterados. Obter o dióxido de carbono em seu estado supercrítico requer uma pressão muito alta, dessa forma, a produção em larga escala é necessária para que este método seja economicamente viável. O uso de CO₂ líquido, por sua vez, que requer pressões e temperaturas mais baixas, mas aumenta significativamente o tempo de processo.
- Método do cloreto de metileno (i. e. diclorometano-DCM): Método mais utilizado, onde DCM extrai a cafeína seletivamente, mantendo as propriedades do grão. No recipiente utilizado, o diclorometano circula em volta dos grãos embebidos em água, afim de extrair a cafeína. Deixa- se então escorrer do recipiente a mistura de DCM e cafeína. Esta fase é repetida várias vezes, semelhante ao método de acetato de etila.
O processo de produção de um bom café descafeinado, com rendimento de extração de cafeína satisfatório e, principalmente, com preservação dos compostos de aroma e sabor, exige cuidados e conhecimento técnico adequado. E ai, vamos tomar um cafezinho? A CETA está pronta para te receber. Não deixe de ler o texto sobre Mercado do café: como se diferenciar para se destacar?.
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