O composto presente na maioria das embalagens de plástico e recipientes é o Bisfenol A ou BPA. O mesmo é utilizado na fabricação de policarbonato e também está presente na resina epóxi, presente na fabricação do revestimento de latas que armazenam alimentos,
evitando a ferrugem e a contaminação externa. Mas qual o problema de se utilizar esse tipo de composto na embalagem do meu produto? Leia abaixo e entenda.
Onde está o perigo?
O perigo mora no contato direto entre este composto e os alimentos principalmente quando são expostos a ondas de calor excessivas como a do micro-ondas, por exemplo. Desse contato ocorre a contaminação do alimento e nós, consumidores, acabamos consumindo essa substância também. Portanto nós podemos estar consumindo bisfenol sem saber. Mas ok, qual é o risco, para a minha saúde de se consumir essa molécula?
Mas antes de apresentar os riscos, é importante destacar que o BPA não está presente apenas em embalagens plásticas de produtos alimentícios ou recipientes para guardar alimentos. Ele também pode estar presente em brinquedos de plástico (atenção com as
crianças!), cosméticos, papel térmico e revestimento interno de latas de alumínio.
Por esses motivos alguns países ao redor do mundo como China, Canadá, Reino Unido e alguns estados dos EUA já baniram completamente a produção do composto.
Riscos para a Saúde
Por ser uma molécula muito instável, o Bisfenol A pode contaminar alimentos com uma simples alteração de temperatura de uma vasilha para outra que o contém.
Os riscos causados são bem graves. A parte do organismo mais atingida é o sistema endócrino onde podem acontecer desregulações hormonais. Alguns estudos mostram que o consumo desse composto também que pode levar à infertilidade, produção desregular de esperma, câncer de próstata em homens e câncer de mama em mulheres. A fase onde a contaminação é mais perigosa é na gestação pois o bisfenol A atrapalha no desenvolvimento de muitos órgãos gerando má formação.
Como saber se possui ou não BPA?
Existe uma quantidade máxima permitida de BPA para ser consumida diariamente, é de 4 mcg/kg. A média de consumo do adulto não chega a metade do valor permitido, atingindo o número de 0,388 mcg/kg, e de bebês está em torno de 0,875 mcg/kg.
Mas o essencial mesmo é evitar ao máximo embalagens que contenham esse tipo de composto tóxico à saúde.
O método de identificação da presença de BPA é muito fácil. A simples leitura do rótulo para saber se há policarbonato na composição já aponta a presença ou não de bisfenol A.
Mas e quando o rótulo não vem tão especificado quanto ao uso dessa molécula? Pois bem, esse reconhecimento pode ser feito a partir da observação do número presente dentro do símbolo da reciclagem. Quando estes forem 3 e 7 já mostra que naquela embalagem foi usada bisfenol A.
Como evitar a exposição ao Bisfenol A?
Existem algumas medidas simples para evitar o contato direto e consumo do bisfenol A. Estas medidas podem ser adotadas no seu dia a dia e tornarem-se rotinas, para que a ingestão do composto seja cada vez menor.
São estas:
- Evite aquecer embalagens plásticas no micro-ondas;
- Evitar levar ao freezer alimentos e bebidas acondicionadas no plástico.
- A liberação do composto também é mais intensa quando há um resfriamento do plástico;
- Evite consumir alimentos enlatados;
- Evite consumir bebidas enlatadas;
- Prefira utilizar vasilhas de vidro para armazenamento ou aquecimento dos alimentos;
- Sempre estar de olho no rótulo de embalagens e optar por produtos que sejam livres de Bisfenol A.
O que tem sido feito para diminuir o uso desse produto?
Já surgiram campanhas e países já tem se movimentado.
A campanha “Diga não ao bisfenol A, a vida não tem plano B” criada pelo GTDE (Grupo de Trabalho em Desreguladores Endócrinos) em 2010, da SBEM-SP, tem o intuito de divulgar informações sobre o tema para a classe média, governo, indústria e comunidade. O objetivo da ação é banir o BPA de produtos infantis e de embalagens de alimentos, até que haja evidências de que o bisfenol A não é nocivo à saúde.
Pelos motivos apresentados neste texto alguns países ao redor do mundo como China, Canadá, Reino Unido e alguns estados dos EUA já baniram completamente a produção do composto.
Precisa rever suas embalagens? Seu rótulo não é tão claro quanto a presença desse composto? Descubra mais sobre as embalagens do ramo alimentício no nosso post: Você possui uma embalagem compatível com seu produto?. Além disso, a CETA Jr. pode te ajudar!